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30/09/2014 | 08h33min
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Bancários de bancos públicos e privados decidiram em assembleias
realizadas nesta segunda-feira (29) entrar em greve a partir de terça
(30), por tempo indeterminado, segundo informou em nota a Confederação
Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Até
as 22h desta segunda, 20 estados confirmaram adesão à greve, além do
Distrito Federal: Acre, Amapá, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia,
Santa Catarina, São Paulo, Sergipe.
“Os serviços de autoatendimento (caixas
eletrônicos) estarão funcionando sem interrupção. Eles representam 87%
das operações bancárias. O único serviço que será descontinuado neste
período será o de depósitos”, explicou o presidente do Sindicato dos
Bancários da Paraíba, Marcos Henriques.
Ele ainda deixou claro que os usuários de serviços
bancários que tiverem contas vencendo no período compreendido durante a
greve terão uma comodidade depois: uma liminar aprovada na Paraíba
permite que não sejam cobrados juros e outras taxas para contas que
vençam neste período.
“O usuário do serviço terá até 72 horas para
pagar o boleto assim que a greve acabar. Ou seja. Depois do fim da
greve, as pessoas terão três dias para pagar suas contas com
tranquilidade”, explicou.
O que para e o que funciona
Carlos
Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, informou que a greve será iniciada
apenas em agências bancárias. Caixas eletrônicos, serviços de
teleatendimento e centros istrativos continuam funcionando.
Porém,
segundo Cordeiro, existe a possibilidade de estender a greve a outros
setores se as negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban)
demorarem. "A nossa greve sempre começa pelas agências bancárias. A cada
dia que a que isso [acordo entre a categoria e os bancos] não
ocorre, a greve tende a crescer e atingir setores mais estratégicos",
diz Cordeiro.
Reivindicações dos bancários
Os trabalhadores que decidiram pela
greve pedem reajuste salarial de 12,5%, além de piso salarial de R$
2.979,25, PLR de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247 e 14º
salário. A categoria também pede aumento nos valores de benefícios como
vale refeição, auxílio creche, gratificação de caixa, entre outros.
Além
do aumento de salário e benefícios, os bancários também pedem melhores
condições de trabalho com o fim de metas consideradas abusivas, combate
ao assédio moral, igualdade de oportunidades, entre outras demandas.
No
sábado (27), o Comando Nacional dos Bancários confirmou o indicativo de
greve mesmo após uma nova proposta da Federação Nacional dos Bancos
(Fenaban). As instituições financeiras elevaram o reajuste de 7% a 7,35%
para os salários, enquanto o aumento no piso da categoria foi de 7,5%
para 8%. No entanto, os novos índices foram considerados insuficientes
pelos bancários em reunião realizada em São Paulo.
Em 2013, os
trabalhadores do setor promoveram uma greve de 23 dias, que foi
encerrada após os bancos oferecerem reajuste de 8%, com ganho real de
1,82%. A duração da greve na época fez a Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL) pedir um acordo para o fim da paralisação,
temendo perdas de até 30% nas vendas do varejo do início de outubro.
G1
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